1) Afroempreendedorismo no Estado do Rio de Janeiro: mapeando e qualificando oportunidades de exportação de saberes, bens e serviços da comunidade negra
Esta pesquisa tem como objetivo construir uma base de dados das iniciativas do Afroempreendedorismo no Estado do Rio de Janeiro. Serão coletados registros em todos os 92 municípios do Rio, por meio da base de dados da JUCERJA , que tem como meta automatizar a abertura de todas as empresas dos 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2021 e já conta com a adesão de 55 municípios. A partir da análise do quantitativo de empreendedores/as negros/as recortados por gênero, porte da empresa, atividade econômica exercida e potencial de exportação dos bens, produtos ou serviços, esta pesquisa dará visibilidade à capacidade produtiva, de inovação e de resgate de saberes tradicionais das comunidades negras com a finalidade de consolidar subsídios à formulação de políticas públicas de acesso ao crédito às iniciativas mais exitosas e inovadoras e qualificá-las para a exportação, de modo a trazer mais diversidade à pauta exportadora do Estado do Rio de Janeiro e incrementar a geração de emprego e renda para a população negra do Rio.
Período de vigência: janeiro de 2021 a janeiro de 2024
Este Projeto é apoiado pelo Community Business do Instituto Maria Quitéria
2) O Encontro do Brasil com o Haiti: reconstrução, migração e negritude nas Américas
Projeto permanentemente apoiado pelo Instituto Maria Quitéria
3) Multilateralismo em crise – relações de poder, violência internacional e racismo
Esta pesquisa reúne todas as ações de uso da violência internacional por parte dos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra os povos explorados pelas grandes potências. A pós-colonização da paz tem sido uma estratégia de manter sob vigilância permanente todos os povos que tentam se rebelar ou mesmo discutir as ações violentas contra suas comunidades. Neste momento, os cenários de pesquisa se concentram em:
a) Participação da França no genocídio de Ruanda –
b) De Wilson a Roosevelt: os “20 anos de crise” da soberania haitiana pela Ocupação do Partido Democrata
Enquanto a maioria dos estudantes de Relações Internacionais conhece o Presidente americano Woodrow Wilson como um pacifista, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, idealizador da Liga das Nações e do Tratado de Versalhes, o Caribe viveu um verdadeiro massacre racista sob a administração Wilson com uma ocupação violenta sobre o Haiti, por meio da qual, a oposição política haitiana foi exterminada, bem como o vodu criminalizado em todo o país de 28 de julho de 1915 a 1 de agosto de 1934. Esta pesquisa sistematizar as contradições do Partido Democrata no Haiti, já que a ocupação norte-americana percorre o interregno da sucessão dos democratas no Haiti. Comparativamente, a pesquisa faz alusão à obra de Edward Carr “20 anos de crise” quando compara que o Caribe viveu os mesmos 20 anos de crise do entreguerras europeu a partir das ocupações norte-americanas nas ilhas, sendo a do Haiti a forma mais exagerada.
c) A emergência da República do Azawad no Mali
A auto-determinação dos tuaregs no norte do Mali por meio da Declaração de independência do Território Azawad, em 2012, motivou a criação de uma Missão das Nações MINUSMA totalmente controlada pela França em sua ex-colônia, o que demonstra a fragilidade do multilateralismo, já que a França atua militarmente em seu antigo território sem a participação da União Africana ou de qualquer outro país, deixando nítidas as facetas do neocolonialismo apoiado pelas Nações Unidas.
d) U.S. Mission in Kampala
Sob o pretexto de “capturar” Joseph Kony, acusado de articulação política contra os governos de Uganda, República Centro Africana e República Democrática do Congo e acusado pelo Tribunal Penal Internacional de diversos crimes de guerra (o processo está em fase de pré-julgamento desde 2005), a administração Obama realizou uma operação chamada de U.S. Mission Kampala.
Este Projeto é apoiado pela Escola Crítica de Relações Internacionais do Rio de Janeiro
4) República Dominicana: a construção del pueblo criollo
Esta pesquisa analisa as categorias que compõem o discurso da dominicanidade de diferentes Presidentes e partidos políticos ao longo da história dominicana. Tais discursos, inevitavelmente, dialogam com a construção da nação haitiana e evocam, de acordo com a orientação política, maior ou menor proximidade à negritude, solidariedade e necessidade de reforço da fronteira dominico-haitiana.
Este Projeto é apoiado pela Escola Critica de Relações Internacionais do Rio de Janeiro
5) O grupo “509 Fantom” no Haiti: sindicalismo militar, insubordinação e violência armada: os impactos da MINUSTAH no Haiti contemporâneo
Esta pesquisa acompanha a evolução política da organização sindicalista da Polícia Nacional Haitiana (PNH), reconstruída por meio da Resolução 1608 (2005) do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Após anos de deterioração das condições de trabalho dos policiais haitianos, o grupo “509 Fantom” começou a protestar a partir de maio de 2020 de forma violenta contra as instituições governamentais. A crise se aprofundou com a prisão de um dos líderes do movimento e na proibição de os policiais reivindicarem seus direitos. Vale dizer que o salário dos policiais é muito baixo e muitas vezes, vão trabalhar sem ter feito nenhuma refeição. A situação está se deteriorando rapidamente em Delmas e Pétionville, com ataques violentos a estabelecimentos comerciais e tentativa de liberação de presos políticos. A embaixada americana em Port-au-Prince está fazendo um apelo internacional para considerar o grupo 509 Fantom como uma organização terrorista
Este Projeto é apoiado pela Escola Critica de Relações Internacionais do Rio de Janeiro
6) Soberania popular e ordem westphaliana: os desafios das comunidades sob intervenção militar: comparando Citè Soleil e Vila Kennedy
Esta pesquisa comparativa analisa as trajetórias das lideranças comunitárias que estiveram sob ocupação do Exército brasileiro em diferentes momentos. Cité Soleil, em Port-au-Prince, esteve sob a intervenção das Nações Unidas operacionalizada pelo Exército brasileiro de 2004 a 2017 e a Vila Kennedy, comunidade localizada em Bangu, zona oeste do Rio de janeiro, esteve sob a ocupação do Exército brasileiro sob o governo de Michel Temer. A experiência das duas comunidades sob a intervenção da mesma instituição objetiva trazer subsídios para a formulação do conceito de soberania popular e comunitária na América Latina e Caribe.
Este Projeto é apoiado pela Escola Critica de Relações Internacionais do Rio de Janeiro
7)SchwarzÖsterreich: a construção da negritude em Viena/Áustria
Esta pesquisa elabora um ciclo de análises comparativas a respeito das diversas identidades da diáspora negra no mundo. Em parceria com o Instituto Ideaz, são investigadas as diferentes construções da negritude nesta cidade, a partir dos seguintes nichos de investigação: a) Imigrantes negros (as) em Viena: investiga a maneira pela qual estrangeiros (as) negros (as) percebem seu lugar nesta cidade. b) Mapeamento documental dos fluxos migratórios da diáspora negra em Viena: mapeia os principais fluxos migratórios da diáspora negra por meio de uma pesquisa quantitativa no Departamento de Imigração de Viena a partir do quesito raça e nacionalidade; c) Afro-austríacos: análise da subjetividade dos (as) interlocutores (as) com cidadania austríaca que se auto-identificam como negros (as). O foco da análise é compreender a maneira pela qual o diálogo inter-subjetivo entre o que eles (as) concebem como construção identitária da negritude e o trânsito entre as identidades de seus familiares e amigos (as) de ascendência germânica.
Este Projeto é apoiado pelo Instituto Ideaz e pelo Instituto Maria Quitéria
8) Eleições Presidenciais e reforma constitucional no Haiti
Esta pesquisa acompanha as categorias sociais e culturais que sustentam os movimentos populares anti- Jovenel Moïse nas ruas de Port-au-Prince, aprofundados ao longo dos primeiros meses de 2021 e o debate sobre a Reforma da Constituição Haitiana no que tange ao reequilíbrio de poder do Estado e a mudança do regime parlamentarista da nação. Política e Cultura estruturam as relações comunitárias no Haiti. Um grande levante popular contra a permanência de Jovenel Móïse dialoga com sua própria eleição em 2016 e a interferência das Nações Unidas por meio de seu Assessor Especial para o Haiti, Bill Clinton que retardaram o processo eleitoral no Haiti em um ano, fazendo tanto com que o ex-presidente Michel Martelly prologasse irregularmente o seu mandato quanto o atual presidente entrasse com um ano de atraso no atual mandato, Diversos setores organizados da sociedade haitiana entendem que, independentemente da interferência do Enviado Especial, o prazo constitucional para as eleições deve ser 2020 e não 2021 e que o novo presidente deve exercer o poder sob a égide da nova Constituição Haitiana.
Como consequência de um conjunto de variáveis políticas, o Presidente Jovenel Moïse foi assassinado em 7 de julho de 2021
Este Projeto é apoiado pela Escola Crítica de Relações Internacionais do Rio de Janeiro.
9) Eternamente Dessalines: G9 an Fanmi e Alye – análise da liderança de “Barbecue” a partir do conceito de revolução permanente no Haiti
Esta pesquisa acompanha a ascensão da performance política do ex-policial e líder do movimento G9 an Fanmi e Alye, Jimmy Chérizier, popularmente conhecido como “Barbecue”. A partir da análise das categorias de seus discursos políticos, de conteúdo auto proclamado revolucionário, “Barbecue” protagoniza os seus embates políticos contra o governo provisório de Ariel Henry, alçado ao poder após o assassinato do Presidente Jovenel Moïse em 2021, a partir de uma espécie de continuidade da luta revolucionário de Jean Jacques Dessalines, primeiro auto proclamado Imperador do Haiti pós independência, em 1804. Partindo da interpretação de Jean Casimir, inspirada nos escritos de de Frantz Fanon, a performance de “Barbecue” pode ser interpretada como o poder do agir dos condenados da terra rumo a um processo de luta permanente pelo direito à existência como território dentro da comunidade de nações. O cenário político haitiano pós assassinato de Moïse, as intervenções internacionais em curso pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e pela Organização dos Estados Americanos (OEA) também constituem o pano de fundo de análise da performance de “Barbecue”.
Este Projeto é apoiado pela Escola Crítica de Relações Internacionais do Rio de Janeiro.
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